21/01/07

Genética foi trazida para Portugal por um padre jesuíta


Em 1956, Flávio Resende, pioneiro da genética em Portugal já tentava ensinar aos seus alunos tudo o que se sabia sobre o ADN. Mas tudo era ainda muito pouco. Era tudo "química de giz". A investigação de laboratório chegaria bem mais tarde, cerca de 15 anos depois, pelas mãos de um padre jesuíta. Luís Archer tinha tirado o curso de biologia na Universidade do Porto. Mas, em 1947, o apelo do sacerdócio afasta-o da ciência. Foi já depois de ser ordenado e de decidir dedicar a vida à teologia, filosofia e à paixão da música - acabou por fazer o conservatório - que, na década de 60, a ordem dos Jesuítas o escolheu para buscar resposta para a imensidão de perguntas que a genética colocava. "Nunca tinha ouvido falar em ADN. Só queria que todos me aceitassem na minha verdadeira vocação", confessa. Mas o superior dos jesuítas portugueses insistia: Luís Archer, já com 38 anos, era a pessoa indicada. "A minha missão teria de ser a biologia. E foi". Em 1962, numa conversa com Flávio Resende, aconselha-se sobre como apanhar o comboio da biologia. "Só então, e pela primeira vez, ouvi falar em ADN e nas suas proezas". Ernst Freese, nos Institutos Nacionais de Saúde, em Washington, aceitou receber o "Doutor" Archer, por conselho de Flávio Resende. "Mas foi por engano. Quando percebeu que o 'Doutor' não tinha doutoramento na área, demitiu-me no próprio dia de admissão". Pensou em desistir. Mas...


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